O PROJETO
O tráfico atlântico de africanos escravizados para as Américas é considerado pela ONU como um crime contra a humanidade. O Estado brasileiro, nascido em 1822, teve responsabilidade direta nesse processo: dos horrores da travessia à violência da escravização em terras brasileiras. Apesar disso, a presença africana no Brasil deixou um legado cultural inestimável, hoje oficialmente reconhecido em diversos patrimônios do país, entre os quais o Jongo do Sudeste.
No século 19, estima-se que cerca de dois milhões e meio de africanos tenham desembarcado no Brasil. No Rio de Janeiro, a maioria deles aportou no Cais do Valongo e depois em portos clandestinos do litoral, como a antiga fazenda do Bracuí, em Angra dos Reis, onde hoje se localiza o Quilombo do mesmo nome. Os africanos chegados viveram o resto de suas vidas nas plantações de café no Vale do Paraíba, como a antiga fazenda de São José da Serra, cujas terras hoje formam o Quilombo São José, em Valença. Abolida a escravidão, em 1888, muitos de seus descendentes migraram para as áreas urbanas do estado do Rio de Janeiro e transformaram a vida dessas cidades ao longo do século 20. A associação de jongueiros da cidade de Pinheiral, erguida em torno da antiga estação ferroviária, por onde muitos libertos chegaram, expressa esse movimento.
Com o objetivo de reconhecer essas histórias e estimular o turismo de memória no Rio de Janeiro, o projeto Passados Presentes – memória da escravidão no Brasil, em parceria com as comunidades, desenvolveu um aplicativo para celular e construiu exposições permanentes no quilombo do Bracuí, no quilombo de São José da Serra e na cidade de Pinheiral. A sinalização turística e os memoriais a céu aberto buscam honrar as vítimas da tragédia da escravização e celebrar o patrimônio cultural negro erguido em terras brasileiras pelos que sobreviveram. O primeiro memorial foi inaugurado na cidade de Pinheiral em 2015, no primeiro ano da Década Internacional Afro Descendente instituída pela ONU (2015-2024).
O projeto Passados Presentes foi elaborado a partir do Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil, - um trabalho coordenado por Hebe Mattos, Martha Abreu e Milton Guran, no Laboratório de História Oral e Imagem da Universidade Federal Fluminense (LABHOI/UFF), com apoio do Projeto Rota do Escravo, da Unesco, em 2014.
O inventário foi a base para a elaboração do banco de dados deste site. Ele contém informações sobre lugares de memória da escravidão no Brasil, acrescidas de verbetes sobre o patrimônio imaterial do estado do Rio de Janeiro, tais como rodas de capoeira, grupos de jongo e quilombos. Informações sobre outras régioes serão adicionadas à medida que pesquisas e parcerias forem sendo realizadas.
A pesquisa gerou também o desenvolvimento do aplicativo para celular com quatro roteiros: a antiga “Pequena Africa”, na região portuária da cidade do Rio de Janeiro, no entorno do Cais do Valongo, principal porto negreiro das Américas e hoje candidato a Patrimônio da Humanidade pela UNESCO; o Parque das Ruínas de São José do Pinheiro (Pinheiral), o quilombo São José (Valença) e o quilombo do Bracuí (Angra dos Reis), em parceria com as comunidades quilombolas e jongueiras. Estas ações vêm estimulando iniciativas de economia sustentável entre os descendentes da última geração de africanos escravizados no Brasil.
QUEM SOMOS:
O projeto Passados Presentes: Memória da Escravidão no Brasil é uma iniciativa da Rede de Pesquisa Passados Presentes (LABHOI/UFF – Laboratório de História Oral e Imagem da Universidade Federal Fluminense e NUMEM/UNIRIO – Núcleo de Memória e Documentação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). O projeto foi apresentado pelo Centro de Referência de Estudos Afro-Brasileiros do Sul Fluminense e a JLM Produções Artísticas ao Edital Petrobras de Patrimônio Imaterial 2012. Para o desenvolvimento da pesquisa e das plataformas digitais, contou também com apoio dos Editais FAPERJ/COLUMBIA GLOBAL CENTER, através do projeto Passados Presentes: Escravidão e Reparação nas políticas públicas na área de educação no Brasil, coordenado por Hebe Mattos (LABHOI/UFF) e David Scott (Columbia University); FAPERJ Nº 35/2014 - Programa "Apoio à Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia no Estado do Rio de Janeiro 2014", coordenado por Keila Grinberg (NUMEM/UNIRIO).
PRESS RELEASE
CLIPPING
POLÍTICA DE PRIVACIDADE
COORDENAÇÃO GERAL E TEXTOS
Hebe Mattos – historiadora, Universidade Federal Fluminense. Coordenadora do Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI/UFF)
Martha Abreu – historiadora, Universidade Federal Fluminense. Organizadora, com Hebe Mattos e Milton Guran, do Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Negreiro e da História dos Africanos escravizados no Brasil da UNESCO -
www.labhoi.uff.br/node/1507
Keila Grinberg – historiadora, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Coordenadora do Núcleo de Documentação, História e Memória
(NUMEM/UNIRIO)
CONSULTORIA DE PESQUISA
Matthias Röhrig Assunção – historiador na Universidade de Essex, Reino Unido, e pesquisador associado ao LABHOI/UFF
Elaine Monteiro - Educadora, Universidade Federal Fluminense e Coordenadora do Pontão da Cultura do Jongo e do Caxambu
www.pontaojongo.uff.br
COORDENAÇÃO DE PESQUISA
Daniela Yabeta - Historiadora, pos-doutoranda no LABHOI/UFF (CNPq/FAPERJ)
ASSISTÊNCIA DE PESQUISA
Lívia Monteiro - Historiadora, doutoranda no PPGH/UFF.
APOIO TÉCNICO
Alexandre Abrantes e Clarissa Mainardi (LABHOI/UFF)
BOLSISTAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (APOIO FAPERJ/CNPq):
Eline Cypriano; Daniely Sant’Anna; Lissa Passos; Raquel Terto; Thamyris Morais; Vanessa Gonçalves.
ASSESSORIA E CONSULTORIA DE PESQUISA NAS COMUNIDADES
Jongo de Pinheiral:
Maria de Fátima da Silveira Santos, Maria Amélia da Silveira Santos e Maria das Graças da Silveira Santos.
Quilombo de São José da Serra:
Antônio do Nascimento Fernandes, Almir Gonçalves Fernandes, Gilmara da Silva Roberto e Luciene Estevão Nascimento.
Quilombo do Bracuí:
Marilda de Souza Francisco, Angélica Souza Pinheiro e Luciana Adriano da Silva.
Quilombo da Pedra do Sal:
Damião Braga.
Instituto dos Pretos Novos:
Marced Guimarães e Claudio Honorato.
DIREÇÃO DE CRIAÇÃO E ARTE DO MEMORIAL:
André De Castro
DESIGNER SÊNIOR E ILUSTRAÇÃO:
Julia Haiad
DESIGNERS:
João Roma e Victor Lifsitch
CENOTÉCNICO:
André Salles
EQUIPE LOCAL DE MONTAGEM:
Walmir de Souza Francisco; Antônio de Pádua Estevão; Jorge dos Passos Estevão e Carlos Roberto Roberto.
CRIAÇÃO AUDIO-VISUAL:
Guilherme Hoffmann
TECNOLOGIA - SITE E APLICATIVO:
Digitok
REVISÃO DOS TEXTOS:
Simone Intrator, José Figueiredo e Renata Saavedra
GERENCIAMENTO DE REDES SOCIAIS:
Renata Saavedra
VERSÃO EM INGLÊS:
Kristin McGuire
ASSESSORIA DE IMPRENSA:
Somma Comunicações
PRODUÇÃO EXECUTIVA:
Isabel Pacheco
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO:
Cria Produções